quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Fobias

de Luís Fernando Veríssimo.
Como me identifico com essa crônica!! E é por isso que muito dificilmente saio de casa sem um livro.


As pessoas que defendem o pastoral e a volta ao primitivo nunca se lembram, nas suas rapsódias à vida rústica, dos insetos. Sempre que ouço alguém descrever, extasiado, as delícias de um acampamento - ah, dormir no chão, fazer fogo com gravetos e ir ao banheiro atrás do arbusto - me espanto um pouco mais com a variedade humana.  Somos todos da mesma espécie, mas o que encanta uns horroriza outros. Sou dos horrorizados com a privação deliberada. Muitas gerações contribuíram com seu sacrifício e seu engenho para que eu não precisasse fazer mais nada atrás do arbusto. Me sentiria um ingrato fazendo. E a verdade é que, mesmo para quem não tem os meus preconceitos, as delícias do primitivo nunca são exatamente como as descrevem. Aquela legendária casa à beira de uma praia escondida onde a civilização ainda não chegou, ou chegou mas foi corrida pelo vento, e onde tudo é bom e puro, não existe. E se existe, nunca é bem assim.

- Um paraíso! Não há nem um armazém por perto.

Quer dizer, não há acesso à aspirina, fósforos ou qualquer tipo de leitura salvo, talvez, metade de uma revista Cigarra de 1948, deixada pelos últimos ocupantes da casa quando foram carregados pelos mosquitos.

- A gente dorme ouvindo o barulho do mar...

E de animais terrestres e anfíbios tentando entrar na casa para morder o seu pé. E, se morder, você morre. O antibiótico mais próximo fica a 100 quilômetros e está com a data vencida.

Não. Fico na cidade. A máxima concessão que faço à vida natural, no verão, são as bermudas. E, assim mesmo, longas. Muito curtas e já é um começo de volta à selva.

Não sei como se chamaria o medo de não ter o que ler. Existem as conhecidas claustrofobia (medo de lugares fechados), agorafobia (medo de espaços abertos), acrofobia (medo de altura), collorfobia (medo do que ele vai nos aprontar agora) e as menos conhecidas ailurofobia (medo de gatos), iatrofobia (medo de médicos) e até treiskaidekafobia (medo do número treze), mas o pânico de estar, por exemplo, num quarto de hotel, com insônia, sem nada para ler não sei que nome tem. É uma das minhas neuroses. O vício que lhe dá origem é a gutembergomania, uma dependência patológica na palavra impressa. Na falta dela, qualquer palavra serve. Já saí de cama de hotel no meio da noite e entrei no banheiro para ver se as torneiras tinham "Frio" e "Quente" escritos por extenso, para saciar minha sede de letras. Já ajeitei o travesseiro, ajustei a luz e abri a lista telefônica, tentando me convencer que, pelo menos no número de personagens, seria um razoável substituto para um romance russo. Já revirei cobertores e lençóis, à procura de uma etiqueta, qualquer coisa. Alguns hotéis brasileiros imitam os americanos e deixam uma Bíblia no quarto, e ela tem sido a minha salvação, embora não no modo pretendido. Nada como um best-seller numa hora dessas. A Bíblia tem tudo para acompanhar uma insônia: enredo fantástico, grandes personagens, romance, o sexo em todas as suas formas, ação, paixão, violência - e uma mensagem positiva. Recomendo "Gênesis" pelo ímpeto narrativo, "O cântico dos cânticos" pela poesia e "Isaías" e "João" pela força dramática, mesmo que seja difícil dormir depois do Apocalipse. Mas, e quando não tem nem a Bíblia? Uma vez liguei para a telefonista de madrugada e pedi uma Amiga. - Desculpe, cavalheiro, mas o hotel não fornece companhia feminina...

- Você não entendeu! Eu quero uma revista Amiga. Capricho, Vida Rotariana, qualquer coisa.

- Infelizmente, não tenho nenhuma revista.

- Não é possível! O que você faz durante a noite?

- Tricô.

Uma esperança!

- Com manual?

- Não.

Danação.

- Você não tem nada para ler? Na bolsa, sei lá.

- Bem... Tem uma carta da mamãe.

- Manda!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


sábio Sheldon...

The Big Bang Theory. 2ª Temporada. Episódio 19.

adooro!

e a carinha que ele faz nessa cena é de dar dó.. vamos cantar a musiquinha do gatinho pra animar ele? maselenãotádoentecomofaz?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

minha primeira incursão à biscoitoterapia!

Quem me apresentou à Biscoitoterapia foi minha amiga mega fofa, a Luky, que descobriu na feitura dos biscoitos uma terapia e até fez um site fofíssimo pra falar sobre isso!!




Aí que desde as primeiras fotos que a Luky postou no Facebook eu fiquei com vontade de me aventurar na cozinha... mas queria experimentar uma receita diferente das que ela já tinha feito, pra ser bem no susto mesmo #aloka

Acabei achando uma receita que parecia promissora e deu muito certo! Foi facinho de fazer e todo mundo adorou! E não é que foi uma terapia mesmo?? Aproveitei um dia que estava sozinha em casa e me desliguei do mundo pra fazer os biscoitinhos... adorei!! A próxima tentativa serão biscoitinhos de chocolate!!

Não lembro em qual site peguei a receita, mas vou deixar aqui, pra posteridade... xD

Biscoitos Casadinhos de Goiaba

Ingredientes:
250g de açúcar
500g de amido de milho
100g de farinha de trigo
200g de manteiga sem sal
2 ovos médios
Essência a gosto (baunilha, limão, laranja, coco... eu usei limão)
Goiabada em pasta

Preparo:
Reserve uma ou duas formas de alumínio untadas com margarina e polvilhada com farinha de trigo ou forradas com papel manteiga.
Peneire o amido com a farinha de trigo. Coloque em uma superfície lisa e faça uma cova no centro. Dentro da cova acrescente o açúcar, os ovos ligeiramente batidos, a manteiga e a essência (opcional). Vá amassando os ingredientes delicadamente sem trabalhar demais a massa.
Abra parte da massa com um rolo ou com as mãos em superfície ligeiramente enfarinhada, para não colar ou abra a massa entre dois filmes plásticos. Corte em círculos pequenos. Coloque os biscoitos no tabuleiro preparado e leve para assar em forno pré-aquecido (160 °C) de 10 a 15 minutos. Não deixe corar. Espere esfriar e recheie, juntando outro biscoito. Passe-os no açúcar refinado.